Kid Abelha anuncia (oficialmente) o fim da banda mais pop do rock brasileiro



 O grupo Kid Abelha anunciou oficialmente o fim da banda que entrou em cena em 1982, tendo sido formada no fim de 1981 na cidade do Rio de Janeiro (RJ). Embora a cantora Paula Toller já falasse há um ano, em entrevistas, sobre a (definitiva) saída de cena do trio que integrava com o saxofonista George Israel e o guitarrista Bruno Fortunado (à direita na foto da Christian Gaul), o trio nunca havia se pronunciado oficialmente sobre o fim. Até que comunicado postado na noite de ontem (22 de abril de 2016) em página sobre o Kid Abelha no Facebook - assinado por Paula com George e Bruno - anuncia que o grupo acabou, embora na prática o Kid Abelha já estivesse em recesso desde 2013, após o fim da turnê nacional do show comemorativo dos 30 anos do grupo. Show que, gravado ao vivo, gerou há quatro anos o CD e o DVD Multishow ao vivo - Kid Abelha 30 anos (Microservice, 2012), último título de discografia iniciada em 1983 com a edição, via WEA, de compacto simples que continha as músicas Pintura íntima (Leoni e Paula Toller, 1983) e Por que não eu? (Leoni, Paula Toller e Herbert Vianna, 1983). O Kid Abelha sai de cena, mas deixa como legado uma discografia coerente - subestimada pela crítica pelo irresistível molde e apelo pop do repertório do grupo - que totaliza 17 álbuns (incluindo disco com remixes e registros de shows). Eis, na íntegra, o texto do comunicado - intitulado Nota de agradecimento e assinado por Paula Toller com George Israel e Bruno Fortunato - que oficializa a (definitiva) saída de cena do trio Kid Abelha:

Nota de agradecimento 

Querido fã: 

Temos sido chamados para entrevistas sobre nossos projetos atuais e, claro, sempre há alguma pergunta sobre o Kid Abelha, nossa banda durante mais de 30 anos e que nos trouxe grandes alegrias na vida. Com gentileza, procuramos sempre contar a verdade, mas, surpreendidos por algumas publicações equivocadas, estamos fazendo este esclarecimento. 

A vontade de experimentar outras formas de criar e o desgaste natural de tanto tempo juntos nos levaram a essa decisão. Optamos por um soft-ending, um final suave, evitando o sensacionalismo, com a convicção de que nossa trajetória vitoriosa sempre se deveu ao entusiasmo e à dedicação sempre renovados a cada disco, cada turnê. 

Foram três décadas de sucesso, aventuras, amizade, e também de momentos difíceis, altos e baixos dessa carreira desafiadora que escolhemos. Pela nossa filosofia e pelo amor à música, nunca tivemos o dinheiro como norte, e sim como conseqüência (ou não) de um trabalho original e bem realizado, que se tornou paradigma de pop-rock brasileiro. 

Mas faltou o mais importante: agradecer em negrito, com letras garrafais, a você! 

Ao fã que nos acompanha há tanto tempo, viajando para nos assistir ao vivo, escrevendo cartas, mandando mensagens e comentando nas redes sociais, elogiando, criticando, se preocupando...a esse amigo, que convida seus amigos a nos ouvir, e cuja vida está marcada através das canções que nós fizemos, e cujo carinho e atenção também marcaram nossas vidas, MUITO OBRIGADO! 

Saiba que, do fundo do coração, não nos esqueceremos nem dos aplausos, dos gritos e da voz em coro nos grandes eventos, nem de cada voz isolada num quarto, entoando uma melodia também criada num quarto, na solidão, na vontade de vencer o tédio e a tristeza através de uma canção bonita. 

Com amor,

Paula Toller, George Israel e Bruno Fortunato.

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