Agenda: Diálogos sobre o feminino no CCBB (último encontro)

Ministério da Cultura apresenta
Banco do Brasil apresenta e patrocina



Diálogos sobre o feminino

Série de quatro encontros mensais e gratuitos debate o feminismo e as questões de gênero na arte no Centro Cultural Banco do Brasil do Rio de Janeiro

Último evento, no dia 24 de agosto, terá debate sobre as implicações políticas por trás dos ideais de beleza e feiúra a partir do lema norte-americano "Black is beautiful"

O último encontro da série "Diálogos sobre o feminino" pretende evidenciar as implicações políticas e econômicas por trás da separação entre os conceitos beleza e feiúra, destacando a importância do lema "Black is beautiful", iniciado em 1960, nos Estados Unidos, para as transformações dos parâmetros de beleza na sociedade. Com performances e debates, o evento, que será realizado no próximo dia 24 de agosto, no Centro Cultural Banco do Brasil (CCBB) do Rio de Janeiro, também abordará a relação das mulheres negras brasileiras com seus próprios corpos, além de discutir o efeito do movimento norte-americano no Brasil.

Com a série de eventos Diálogos sobre o feminino, o CCBB abre espaço para encontros entre artistas brasileiras de diferentes gerações e pensadoras das áreas de Artes Visuais, Teatro, Literatura, Filosofia, História, Sociologia, Teoria da Comunicação, Jornalismo e Psicanálise. Os três primeiros dias de evento no Rio, em maio, junho e julho, lotaram os espaços de performance e os auditórios do CCBB. Reunindo artistas, profissionais e pesquisadores de várias áreas, os encontros abordam, de modo direto, as questões de gênero na arte contemporânea e sua relação com outras áreas de conhecimento, sempre juntando apresentações de performances com mesas-redondas.

As palestrantes Flávia Oliveira e Rosana Paulino destacam a importância de se discutir o tema.

"Somos maioria na população brasileira, mas não nas representações política, econômica ou cultural. Unidas, as mulheres faríamos mais? Precisamos falar sobre indicadores socioeconômicos e sororidade", diz Flávia Oliveira.

"Pra gente não é tanto um feminismo informado, talvez, por literatura, ou por uma Universidade, mas sim uma questão de sobrevivência", afirma Rosana Paulino.

O evento também será realizado no Centro Cultural Banco do Brasil de Brasília, nos dias 25, 26, 27 e 28 de agosto. Com gestão executiva de Sandra Rodrigues, sócia da Relacionarte, o projeto conta com o patrocínio do Banco do Brasil por meio da Lei Rouanet.

EVENTO DE AGOSTO

No dia 24 de agosto, o evento começará às 17h, no estacionamento do CCBB, com a performance "Regatta Weekend", da artista María Sabato. Em seguida, às 18h, a artista Sandra Rodrigues fará experimentações de práticas cotidianas com o público masculino em uma apresentação intitulada "Práticas Rosas". A mesa-redonda, composta pela artista plástica Rosana Paulino e pela jornalista Flávia Oliveira, será aberta às 18h30. A mediação será da artista plástica e pesquisadora em artes visuais Roberta Barros, uma das organizadoras do evento e autora do livro "Elogio ao Toque: ou como falar de arte feminista à brasileira", lançado este ano.

De acordo com Roberta, "Diálogos sobre o feminino" busca pensar sobre o reconhecimento das mulheres nas artes e propor novas perspectivas para a análise de trabalhos de artistas brasileiras.

"Esperamos que esses diálogos estimulem pesquisas e a produção de conteúdo sobre as questões de gênero dentro da esfera da arte contemporânea, propondo novas articulações que complexifiquem a aproximação entre as palavras artes e feminismos", diz Roberta.

Todas as atrações do evento são gratuitas. A retirada de senhas deve ser feita uma hora antes do início das atividades na bilheteria do CCBB.

CONFIRA A PROGRAMAÇÃO DE AGOSTO – DIÁLOGOS SOBRE O FEMININO

PERFORMANCE – 17h
Regatta Weekend, modelo 84 – María Sabato
O trabalho propõe a realização de uma sessão de fotos no estacionamento do CCBB, na qual a artista posa junto aos carros que estiverem estacionados na área. Nessa sessão, a artista é acompanhada por uma equipe composta por fotógrafo, maquiador/figurinista e diretor de arte – profissionais que fazem toda gestão da sessão fotográfica, encaminhando o figurino, a maquiagem da artista, o gestual e pose que deve realizar, assim como a escolha dos enquadramentos da foto. Fazendo referência a calendários de borracharia, a artista usará uma indumentária específica para a ação.

PERFORMANCE – 18h
Práticas Rosas – Sandra Rodrigues
A partir de rituais contemporaneamente caracterizados como femininos, a artista Sandra Rodrigues busca a interação com o público masculino por meio da experimentação direta de práticas cotidianas, em especial a depilação com cera.

MESA-REDONDA – 18h30
Black is beautiful: beleza-arte-corpo-militância
Nos Estados Unidos, esse lema que pretendia dissolver a associação das características físicas de afrodescendentes (feições, cor da pele, tipo de cabelo) à feiúra, havia promovido uma rediscussão dos parâmetros de beleza que foi capaz de, em 1973, colocar uma modelo negra, Naomi Sims, pela primeira vez na capa da Revista Cosmopolitan. Em 1974, foi a vez de a Vogue americana estampar uma negra, Beverly Johnson, em sua capa. Apesar de a Vogue Brasil apenas ter reservado tamanho destaque a uma modelo negra, em 2011, com Emanuela de Paula, após trinta e cinco anos de edições brasileiras, o Black is Beautiful teria, já nos anos oitenta, afetado a relação das mulheres negras brasileiras com seus próprios corpos.

No espaço aberto por essa mesa-redonda, pretende-se evidenciar as implicações políticas e econômicas por trás da separação entre os conceitos beleza e feiúra: a fenda política se dá na divisão entre qual possui um discurso – a beleza – e aquela que não possui. A feiúra está fora do mapa. Nesse sentido, seria um equívoco assumir que a feiúra teria sido deixada de lado acidentalmente ou como resultado de uma espécie de cegueira burguesa. Faz mais sentido entender a feiúra como sendo posta no lugar em que não há nada para dizer a seu respeito. A beleza é boa, a feiúra é ruim: este é o tipo de oposição que não precisa de explicação, teoria ou debate. Mais ainda, esse é o tipo de ideologia que vem se assegurando nos corações e mentes de cada indivíduo. Isso significa que prestar atenção ao que é mapeado sob o signo da feiúra é inevitavelmente um ato político. (BEECH, Dave. On Ugliness. In: Art Mounthly 344. Março 2011. p. 7.)

Palestrantes: Rosana Paulino e Flávia Oliveira. Mediação de Roberta Barros.





SERVIÇO

Diálogos sobre o feminino
Quando: dia 24 de agosto, às 17h
Local: Centro Cultural Banco do Brasil
Endereço: Rua Primeiro de Março, 66, Centro
Classificação indicativa: 16 anos
Retirada das senhas 1 hora antes na bilheteria do CCBB

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