O objetivo principal do medicamento é o tratamento contra a diabetes e, por isso, não deve ser utilizado como finalidade principal para emagrecimento sem prescrição médica
Nos últimos meses, o nome do medicamento Ozempic caiu na boca do povo. Muitos famosos no Brasil e no mundo já haviam relatado ter tomado o remédio como suposto método de emagrecimento, como é o caso do empresário Elon Musk e da cantora Jojo Toddynho e, na noite de apresentação do Oscar, o comediante Jimmy Kimmel também fez piada em relação ao medicamento e o uso pelos famosos. Além disso, o assunto vem sendo muito abordado pelo público em geral nas redes sociais. Mas afinal, para que serve o Ozempic e quais são seus efeitos reais?
A endocrinologista do Hospital Edmundo Vasconcelos, Vivian Estefan, explica que o Ozempic é o nome comercial da Semaglutida, medicamento para tratamento do diabetes que passou a ser utilizado para emagrecimento devido a um possível efeito colateral, a redução do apetite. Ela explica que o remédio é vendido sem prescrição médica e, por isso, passou a ser usado como método para emagrecer. A perda de peso, em alguns casos, pode chegar a 20%, o que pode ser um atrativo para os obesos ou pessoas com sobrepeso.
A endocrinologista explica que o uso do medicamento para emagrecimento é off label, ou seja, não consta na bula para essa finalidade e, sim, para o tratamento da diabetes, por meio do aumento da secreção da insulina e da redução do glucagon quando a taxa de glicose se eleva. Um de seus efeitos adicionais é o controle do apetite através da regulação da saciedade no cérebro. “Outro efeito que auxilia o emagrecimento é o retardo do esvaziamento gástrico após as refeições, e a consequente sensação de saciedade. O paciente se sente com o estômago cheio por mais tempo, o que contribui para a redução da ingesta alimentar”, resume.
A médica alerta, porém, que sem o devido acompanhamento médico, sua utilização pode ser perigosa, já que são diversos os efeitos colaterais, como náuseas, refluxo gastro esofágico, vômitos, constipação ou diarreia, podendo até mesmo incorrer em atendimento hospitalar com urgência. Há ainda um aumento da incidência de pedras na vesícula e ainda uma contra indicação em relação à alergia em relação ao produto. Ela esclarece que uma dose de até 2,4 mg não oferece riscos cardiovasculares, mas destaca que sua utilização, assim como a quantidade só deve ser determinada por um médico. “O medicamento só deve utilizado após ser receitado por médicos, pois todos os riscos da automedicação são imensos. Além das interações com outras medicações que o paciente esteja usando, os efeitos adversos e as possíveis complicações do Ozempic necessitam da retaguarda de um profissional habilitado para o manejo destas situações. No caso de seu uso, a dose ideal deve ser estabelecida individualmente pelo médico, iniciando-se com a mínima possível para evitar os efeitos indesejáveis citados acima”, avalia.
A especialista ressalta que, após uma avaliação clínica por parte de um médico, o paciente deve realizar os exames laboratoriais e radiológicos necessários. Esta avaliação é individual, assim como a indicação das medicações. Desta forma, destaca ela, o paciente será orientado a seguir um tratamento específico, e poderá ou não usar Ozempic. “Esta avaliação é muito importante para se identificar o motivo do ganho de peso e para se estabelecer um diagnóstico completo das comorbidades (complicações de saúde causadas pelo excesso de peso), que devem ser tratadas”, afirma.
A médica observa ainda que o tratamento da obesidade não se faz apenas com medicamentos e que não há substâncias milagrosas. “Qualquer tratamento contra obesidade deve estar associado à adoção de hábitos saudáveis. É importante a mudança no estilo de vida, com novos hábitos alimentares, prática de atividade física regular e controle dos distúrbios psíquicos, ou seja acompanhamento de uma equipe multidisciplinar”, destaca.
Sobre o Hospital Edmundo Vasconcelos
Localizado ao lado do Parque do Ibirapuera, em São Paulo, o Hospital Edmundo Vasconcelos atua em mais de 50 especialidades e conta com cerca de 1.000 médicos. Realiza aproximadamente 12 mil procedimentos cirúrgicos, 13 mil internações, 230 mil consultas ambulatoriais, 145 mil atendimentos de Pronto-Socorro e 1,45 milhão de exames por ano. Dentre os selos e certificações obtidos pela instituição, destaca-se a Acreditação Hospitalar Nível 3 - Excelência em Gestão, concedida pela Organização Nacional de Acreditação (ONA) e o primeiro lugar no Prêmio Melhores Empresas para Trabalhar na categoria Saúde - Hospitais, conquistado por três anos consecutivos, 2017, 2018 e 2019.
Site: www.hpev.com.br
Créditos: Renan Araujo
renan.araujo@consultortree.inf.br
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